2019 deu cinco recordes mensais ao metal português
Indústria metalúrgica fecha o ano à beira da barreira dos 20 mil milhões de euros na frente exportadora
O
setor mais exportador da indústria nacional, acaba de confirmar mais um recorde na frente exportadora em 2019, com um registo de 19.590 milhões de euros. Mais: bateu cinco recordes mensais durante o ano: em março, maio, setembro, outubro e novembro.
“O mês de Maio representou o melhor de sempre para o seto, com cerca de 1.884 milhões de euros em exportações. Os meses de Março, Setembro, Outubro e Novembro figuram também no top-10 de melhores meses de sempre do setor, tendo todos eles registado valores acima dos 1.700 milhões de euros”, destaca a AIMMAP, associação que representa a fileira do metal português em comunicado.
Feitas as contas, no pódio dos principais mercados estão a Espanha (4.723 milhões de euros, correspondente a uma quota de 24,1%), a Alemanha ( 3.265 milhões de euros) e a França (3.034 milhões de euros). E a análise dos números mostra que neste trio, o maior crescimento homólogo foi registado na Alemanha (11,2%), seguida de Espanha ( 8,8%) e França (4,9%)..
Fora da UE, o maior mercado da fileira está nos Estados Unidos, com 513 milhões de euros, correspondentes a uma quota de 2,6%. Mesmo assim, a AIMMAP refere aqui “uma quebra de 5,2% face ao período homólogo, resultado das políticas restritivas da administração norte-americana e às consequências da guerra comercial com a China”. Assim, o setor apostou forte no Canadá, onde deu um salto de 291%, com vendas de 347 milhões de euros.
“A INDÚSTRIA MAIS DINÂMICA DO PAÍS”
Sublinhando que os números do ano passado confirmam ” o dinamismo deste setor, que contribui de forma tão estrutural para a balança comercial portuguesa e para o PIB”, Rafael Campos Pereira, Vice-Presidente da AIMMAP, diz mesmo que “a indústria da metalurgia e metalomecânica volta a mostrar porque é a mais dinâmica do País”. E explica: “Num ano com vários desafios como a guerra comercial entre os EUA e a China ou a incerteza do Brexit, as empresas apostaram na diversificação, por forma a compensar as flutuações de mercados internacionais”. E destaca: “embora as exportações para os EUA e para o Reino Unido, dois mercados muito importantes, tenham decrescido, o setor não ficou parado e procurou aumentar as exportações para outros mercados, onde o Canadá é talvez o melhor exemplo, com um crescimento de quase 300%.”
Numa indústria conhecida pela sua diversidade, uma vez que as exportações do setor englobam desde loiça, a máquinas e equipamento de transporte automóvel e aeronáutico, a cutelarias, entre muitos outros ramos, o balanço de 2019 fica, também, marcado pelo anuncio de um investimento de 10 milhões de euros entre o IAPMEI e o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica, no universo da AIMMAP , com o objetivo de construir e equipar um laboratório de ensaios de eficiência energética e ecodesign.
Para o futuro próximo, a missão continua a ser “dar continuidade ao progresso do programa de internacionalização do setor e contribuir para consolidar o posicionamento global do metal português, para elevar a imagem de qualidade e inovação num mundo cada vez mais global e competitivo”.E a direção da AIMMAP assume a ambição de “demonstrar a tecnologia avançada em Portugal, posicionando as empresas do Metal Portugal no mapa de fornecedores mundiais qualificados de importantes indústrias e clusters”.