A revolução no sector metalúrgico está a chegar
Responsável por 23% das exportações da indústria transformadora, o sector enfrenta agora os desafios da economia digital
Em 2009, no auge da crise, o sector metalúrgico e metalomecânico português atingiu os €8 mil milhões. Menos de dez anos depois, esta mesma industria disparou: as exportações tiveram um crescimento que atingiu um valor total de €18 mil milhões. “Infelizmente, não chegamos a celebrar”, disse Aníbal Campos, presidente da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins.
“A economia digital impulsionou os nossos concorrentes, perdemos vantagens competitivas, emergiu um conjunto de microtendências, como o encurtamento do ciclo de vida do produto, as preocupações ambientais”, explicou o líder da associação, durante a sessão de abertura da “Conferência Metal Digital – Shaping the Future”, que antecedeu um debate sobre a “Indústria e a Transformação Digital, promovido pelo Expresso em parceria com a AIMMAP.
Moderado pelo jornalista da SIC, Pedro Cruz, o debate contou com a participação de representantes da indústria, como o CEO da EFACEC, Angelo Ramalho, Fernando Sousa, administrador da CEI, Francisca Guedes de Oliveira, da Católica Porto Business School e José Manuel Mendonça, presidente do conselho de administração do INESC-TEC.
Num sector que emprega mais de 200 mil trabalhadores, com um peso de um terço no total das exportações portuguesas, os grande desafios passam por reagir e adaptar a indústria às tendências da economia digital. “Fomos altamente competitivos, participamos num milagre da crise, fomos o grande motor. Se a economia resistiu foi graças ao pilar das exportações”, disse o vice-presidente da associação, Rafael Campos Pereira. “Não podemos parar. As grandes empresas têm de ser a locomotiva desta revolução.”